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Paula Cristina Ferreira Dias da Cunha Alves

 

Nasci a seis de Dezembro de 1967,em pleno Verão moçambicano, em João Belo, província do Xai-Xai, com suas longínquas praias e aromas africanos. Mais tarde mudei-me com a minha família para Maputo (Lourenço Marques), onde nasceu o meu (único) irmão.

As vicissitudes do tempo e da política dos homens trouxeram-me para a "metrópole" e foi então que conheci Viana, terra natal da minha mãe e Ponte de Lima, mátria de meu pai.

Obrigações profissionais dos meus pais levaram-me, mais tarde, para aquela que seria, durante uma parte importante da minha vida, a minha cidade-casa, com a península de Tróia mergulhada no ponto de encontro entre o Sado e o imenso mar azul dos golfinhos-roazes (que não deixo de visitar anualmente), com a Serra da Arrábida (tão amada e cantada por Sebastião da Gama) ali tão perto, com os Castelos de Palmela e Sesimbra, pétreos e imponentes, com as belas tortas de Azeitão e o doce Moscatel...

Foi em Setúbal que concluí o ensino básico e frequentei o ensino secundário no antigo Liceu, agora Escola Secundária de Bocage, em honra do magno e controverso Elmano Sadino. Foi nessa mesma cidade, a partir de 1988, que leccionei as minhas primeiras aulas, no ensino nocturno, quer na Escola Secundária de Sebastião da Gama quer na Escola Secundária de Bocage, enquanto frequentava os últimos anos da Faculdade.

Licenciei-me em Estudos Clássicos e Portugueses (variante de Português, Latim e Grego - os livro sobre mitologia grega lidos na infância lançaram-me fatalmente para esta área...) na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi também na mesma instituição que fiz o quinto (cadeiras pedagógicas) e o sexto anos (estágio pedagógico), tendo leccionado como professora estagiária na Escola Secundária de S. João do Estoril, que me deixou muitas saudades, principalmente nas pessoas dos meus orientadores de Português (Estela Coutinho) e Latim (Zacarias Nascimento), colegas e alunos.

Nesse mesmo ano tinha pronunciado o "ubi tu Gaius ego Gaia" que fizera de mim uma mulher casada. O Miguel chegou mais tarde, já em Viana do Castelo, no ano luminoso de 1996.

Em Janeiro de 2001 defendi a dissertação de Mestrado em Estudos Clássicos (Entre a Idade do Ouro e a Idade do Ferro - os percursos da condição humana em Hesíodo e Sophia de Mello Breyner Andresen) na Universidade de Aveiro, cujo ambiente de sério trabalho e salutar convivência me deixou uma imensidão de saudades.

Trabalho na Escola Secundária de Monserrate há já alguns anos. O trabalho é uma parte muito importante da minha vida, complementada com a minha família e amigos, o meu cão Serra da Estrela, os meus livros (ocupando os clássicos em grego e latim - línguas que os menos informados teimam em designar "mortas", esquecendo ou ignorando que nelas foram escritos os textos mais estruturantes da nossa matriz ocidental - um lugar muito especial) e o meu afecto pelos espaços naturais, principalmente pelo mar, o mesmo mar tão amado por Sophia para quem é preciso «Partir da limpidez do elementar / Como quem parte do sol do mar do ar» para se buscar a verdade e a justiça, valores que considero indispensáveis ao meu estar-no-mundo.


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