Cronogramas

de: José Luis Carvalhido da PONTE

   
           
     



Entre uma espécie de introdução (antes de...) e um remate (depois de...)o corpo do livro inclui 53 textos servidos por ilustrações de Armando Abreu a iniciarem cada uma das suas sete partes: Senhor de Cronos; Imensa é a frustração; vamos rir; oh deus!; amor ao ocaso; fácil voar e re-mar adentro.


O tema da primeira sequência de textos é sempre o tempo que umas vezes   o autor chama de 'tempo', outras de 'cronos' e o vai medindo ora através dos relógios orts das clepsidras. É um  tempo irrecuperável, bem ao gosto dos clássicos, e por isso ao poeta apetece quebrar os relógios


      Se eu pudesse
      mandava quebrar todos os relógios
      e decretava que o tempo parasse


e as clepsidras


      Mas espero-te além das Horas
      onde nos amaremos 
      q
uebradas todas as clepsidras


na mais ancestral ânsia de se tornar dono e senhor absoluto do Tempo. Em imensa é a frustração, Carvalhido da Ponte fala das (des)ilusões do momento, do vazio e do caos, do Nada e do Zero, da desordem social e da dúvida religiosa. Eis porque, se pudesse, quebraria os relógios. Mas há sempre esperança no sujeito lírico


      posterior a tudo
      e antes do fim 
      procuro em mim
      Orfeu quase mudo
      a esperança que trago


O livro termina com uma "bela série de poemas sobre a história nacional", no dizer de Alberto Abreu (A Poesia Vianense no último quartel do século XX)


 



 

 

 

 
 
     
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