Arquitectura Religiosa do Alto MInho I - Século XII a Século XVII

de: Lourenço ALVES

   
           
     
Prefácio
 

"Este livro, que ora sai à luz da publicidade, não constitui surpresa para ninguém, pois é o fruto de alguns anos de pesquisas, de estudo, de análise e de interpretação dos elementos arquitectónicos e decorativos que povoam o mundo da nossa arquitectura religiosa, desde o século XII até ao século XVII, já quase todo publicado em artigos de jornal e revista.
Por aí, já se pode ver o grau de análise e de interpretação de dados que nos propusemos atingir e o objectivo que sempre tivemos em mira.
Quando estudamos e passamos para o papel os nossos conhecimentos, não nos move a intenção de penetrar no "sancta sanctorum" da cultura, onde os eruditos se desunham, tantas vezes na ânsia de descobrir uma pontinha do véu da ciência que os possa conduzir ao páramo da imortalidade.
Sabemos os limites da nossa capacidade, quer venham eles da exiguidade do espírito de captação e assimilação de conhecimentos, quer da falta de informação de que enferma este tão belo Alto Minho, quer ainda da falta de tempo, um dos factores mais importantes para o estudo da cultura da nossa região.
Nada disto, porém, nos demove a abandonar o objectivo que nos propusemos atingir, quando verificámos que o Alto Minho, ainda na sua pureza original, bem merece o esforço de todos quantos, por herança ou por afinidade, gostam dele.
Integrados numa Comissão Diocesana de Arte e Cultura, Vice-Presidente, desde a sua fundação, do Centro de Estudos Regionais, eleito, pela segunda vez, para presidir aos destinos da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Alto Minho, pároco, professor, pregador, amigo de passear e de observar, tudo isto contribuiu para que nos abalançássemos a esta obra, que esperamos continuar no futuro.
Não obstante a sua pobreza económica imerecida que se reflecte, necessariamente, na cultura e, no caso vertente, na monumentalidade da arquitectura religiosa, o Alto Minho revela-se ainda duma riqueza incalculável em todos os domínios da cultura, mas especialmente no campo da arte popular.
São centenas de igrejas e capelas, espalhadas por montes de vales, despertando na alma do povo altominhoto laivos de emoção, de amor e de carinho, que o leva a sacrifícios sem conta para as manter sempre bem conservadas, já que ali decorrem os actos mais importantes da sua vida: o baptismo, o casamento, a morte, as festas, as grandes concentrações e as grandes manifestações de solidariedade social.
Perante isto tudo, e numa ânsia incontida de consciencializar este povo para os valores do seu património religioso, percorremos muitos quilómetros, observámos muitas igrejas e capelas, tirámos muitas fotografias e tomámos muitos apontamentos. Depois, consultámos muitos autores e estudámos alguns documentos. Finalmente, elaborámos textos. E a obra apareceu.
Que Deus nos ajude e o leitor amigo não desdenhe do nosso trabalho.
A publicação deste modesto ensaio sobre a nossa arquitectura religiosa do século XII ao Século XVII, só foi possível, graças à insistência com que alguns amigos nos animaram e aos apoios financeiros que algumas entidades públicas nos deram.
Desejamos destacar o Director da Revista CAMINIANA, António G. Cepa, o CENTRO DE ESTUDOS REGIONAIS (CER), a ASSOCIAÇÃO DE JORNALISTAS E HOMENS DE LETRAS DO ALTO MINHO e as digníssimas CÂMARAS MUNICIPAIS DE VIANA DO CASTELO E CAMINHA.
Para todos eles vai o nosso agradecimento e o voto de que nunca deixem de apoiar o que, no campo da cultura, se afigura de carácter permanente, em vez de gastar os proventos municipais em projectos e acções, tantas vezes irrisórios, sem grande proveito para a história regional."

Badanas
 
A badana da capa menciona a imagem contida na capa e o seu autor: vitral da igreja de Carreço, de João Roriz
Contra capa
 

 

 
 
     
Voltar