Itinerário de Braga a Roma

de: António Matos REIS

   
           
     
Prefácio
 


  

INTRODUÇÃO


 


O Sumo Pontífice Pio IV convocou a última fase do concílio de Trento em 29 de Novembro de 1560, sendo a convocatória divulgada em Portugal no início do ano seguinte.


 


D. Frei Bartolomeu dos Mártires, embora apenas há ano e meio tivesse iniciado as lides pastorais na Arquidiocese de Braga, sentiu partir com toda a prontidão, de modo a chegar à cidade tridentina a tempo de participar no início dos trabalhos.


 


Com um reduzida comitiva, saiu de Braga no dia imediato ao Domingo da Paixão, em 24 de Março de 1561, atravessou a sua extensa arquidiocese até ao limite de Trás-os-Montes e seguiu pela Espanha, até Irun, e depois pela França e pelo Norte de Itália, chegando a Trento em 18 de Maio do mesmo ano.


 


Dificuldades de várias ordens protelaram a abertura do Concílio até 18 de Janeiro de 1562. D. Frei Bartolomeu dos Mártires aproveitou algum tempo de espera para se deslocar a Veneza, regressando, como bom português, pela cidade de Pádua, onde assistiu à festa de S. António.


Antes de concluído o Concílio, o Arcebispo, na companhia de outros prelados, visitou Roma e o Santo Padre, fazendo a viagem de 17 de Setembro a 31 de Outubro de 1563.


 


Encerrado o Concílio no dia 4 de Dezembro, logo no dia 8 D. Frei Bartolomeu, com a sua comitiva e alguns outros acompanhantes, se pôs de novo a caminho de Portugal, adoptando um trajecto diferente do primeiro, tendo chegado a Braga em 26 de Fevereiro de 1564.


 


Durante as viagens foi registando, num diário, o nome das localidades onde pernoitava, com frequência o daquelas onde tomava as refeições, a meio da jornada, e as distâncias percorridas, anotando, aqui e além, alguns incidentes do percurso e tomando algumas notas relativas aos lugares atravessados.


 


Este Diário, já aproveitado pelos seus biógrafos Feri Luís de Cácegas e Frei Luís de Sousa, constitui um valioso documento para o conhecimento dos itinerários seguidos nas viagens entre Portugal e o resto da Europa e especialmente entre Portugal e a Itália, pelo que interessa proceder ao seu estudo.


Começar-se-á pela tradução do original latino para a língua portuguesa, deixando para depois a sua análise e comentário.


 


O texto utilizado é o da Opera Omnia de D. Frei Bartolomeu dos Mártires.


 


Badanas
 
Contra capa
 

 

 
 
     
Voltar