O poeta dedica a sua obra aos seus pais, à sua irmã Isabel, aos seus tios António, às professoras Carlota Dantas e Adosinda Bacelar e a todos aqueles que desejem seguir este seu itinerário. Precedendo o Preâmbulo, o autor insere duas epígrafes: * uma de Teresa Rita Lopes ("Todos soluçamos e gememos a mesma dor e o mesmo amor"); * outra, uma quadra de Cesário Verde:
Pobre da minha geração exanguede ricos! Antes, como abrutados,andar com uns sapatos ensebados, e ter riqueza química no sangue!.
Estas mesmas ideias aparecem quer no citado preâmbulo, da sua autoria,( escrever é falar das nossas emoções mesmo que imaginadas) quer nos 17 poemas que compõem o livro.
HINO À LOUCURA
Cânticos de morteQue me ecoais nos ouvidos,Despertai esses gemidosQue me auguram má sorte!Desassossego que me acalma,Ensombrece-me o caminho,Apaga esse sol mesquinhoQue revela minha alma!Faz-me ser quem não me enoje!Dá-me paz e temperança,Dá-me um rumo, uma esperançaE a lucidez que me foge!Não quero morrer assim...Vai-te p'ra donde não voltesVai-te já antes que soltesO demónio que há em mim,Esse ser, que sem ser, sou-o,Que veloz me vem nutrirCo'essa dor que me faz rir,Co'esses cânticos que entoo...