A personagem principal desta narrativa – Edmundo – convida-nos a percorrer os caminhos sinuosos do real e do imaginário em busca de uma verdade superior. Nesta viagem ao mundo interior, esta personagem, insatisfeita por natureza, confia-nos algumas das suas inquietações filosóficas e põe a nu as incongruências da sociedade em que vive, desde a justiça à política. Como todo o ser humano, revela-se ele próprio como um homem de paixões, desejos e sonhos.
Edmundo recordaria a homilia do padre Eduardo, onde o profeta só é tido em pouca importância na sua terra e pela sua família, e a discussão à volta do renascimento da água e do Espírito Santo. A marca da diferença, conseguida através da verdadeira paz interior. A cura demasiado rápida é ilusória. Já Hermógenes havia escrito que a ansiedade pela cura é tão perniciosa como o acreditar-se curado, quando se está apenas melhor.
Naquela noite, Edmundo e Catarina, depois da habitual respiração “sedante diafragmática”, propuseram-se à prática “tantra”, abdicando do prazer carnal. A sensação do “já vivido” fez aumentar a alquimia, qual mundo criado e regido pelos dois princípios antagonistas, o masculino e o feminino. Ambos têm a consciência de que a libertação consiste na união dos dois princípios.