Esta obra, resultado de uma parceria entre Laurinda Carvalho Araújo e António Afonso do Paço, é constituída por duas partes distintas, uma em prosa, da autoria do jornalista e escritor, e outra, em verso, da autoria de Laurinda Araújo.
Na apresentação, os seus autores justificam este trabalho com a inexistência de qualquer Roteiro Poético do distrito de Viana do Castelo, pretendendo, assim, sensibilizar os visitantes a conhecer melhor a região.
A obra apresenta-se, então, constituída por dez partes, correspondendo cada uma delas a um concelho do distrito. Cada uma dessas partes apresenta um texto , em prosa, destacando as características do concelho, seguido de um ou mais textos poéticos alusivos ao referido concelho.
A Viana, seguem-se Ponte de Lima,Ponte da Barca, Arcos de Valdevez, Melgaço, Monção, Valença, Paredes de Coura, Vila Nova de Cerveira e Caminha.
VIANA DO CASTELO
CIDADE DO NOIVADO ETERNO
As belezas naturais com que o Supremo Escultor caprichou em dotar Viana constituem dos mais válidos contributos para o bom nome que esta cidade disputa aquém e além fronteiras.
Invejada po rmuitos, tem seguido o seu rumo sem aquele carinho dos centros nacionais de decisão, que, traduzindo aquela proverbial rudeza e insensibilidade, se mantêm distantes e indiferentes a tais valores.
Diz-se que Viana é amor e o coração é um dos seus símbolos mais distinguidos.
A beleza dos trajes regionais está na base do justo designativo de Capital do Folclore, conferido na década de 1950.
As esbeltas mulheres de Viana, com a sua prodigiosa imaginação, conceberam os mais belos trajos do mundo.
Ainda não vemos pelas ruas de Viana qualquer monumento ou memória a esta insofismável realidade.
Viana será para muitos a capital romântica de Portugal. A comprová-lo está o facto de ser procurada pelos recém-casados no gozo da sua lua de mel e muitos deles realizam a própria cerimónia nupcial na basílica de Santa Luzia, o miradouro mais qualificado do país.
(...)
As tradições de Viana condensam-se nas suas famosas festas de Nossa Senhora d`Agonia, classificadas apropriadamente como a rainha das romarias portuguesas.
O cenário feérico da sua serenata é o apogeu que as encerra, a chave de ouro.
APOLOGIA A VIANA DO CASTELO
Ó! Viana do Castelo! És tão linda/ Mais bela entre todas! Maravilhosa! / Tua cintura de beleza infinda/ Imprime-te feição alegre e airosa!
És Princesa do Lima, que orgulhoso, / Passa a beijar-te suavemente os pés./ O Monte de Santa Luzia, mui vaidos, /Olha-te com ciúmes, de revés.
Ciúmes tens do Rio que te beija!/ Mas ele, lá de cima, a coroar-te,/ Com profusão de mimosas, deseja,/ Aumentar teus encantos: festejar-te.
Tens belezas naturais como ninguém:/ -Praia de areia fina outra não há!- /Tua viosta da Ponte dá-nos bem,/ A noção de encantos que em ti verá.
São belas as aldeias que te cercam,/ Tuas "Damas de Honor" muito vaidosas./ P´ra aumentar belezas que em ti despertam,/Tens a perfumar-te o odor das mimosas.
E todos te apreciam sem favor! /Ementas de receitas saborosas, / Esperam os estrangeiros com amor: / - Com o aroma e grinaldas de mimosas.