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Nesta obra, constituída por treze crónicas, com prefácio de Maurício de Sousa,Aníbal Alcino, artista plástico e professor do ensino secundário, dá-nos a conhecer as agruras económicas por que passava um «professor provisório» nos idos anos 50, tempos em que governava em Portugal, Oliveira Salazar. Em «Aníbal Alcino, um professor no Alentejo», e de acordo com Maurício de Sousa, o autor posa o seu olhar «no degradado universo pedagógico da década de cinquenta». Apesar de toda a degradação, o exemplo ímpar da Escola Francisco da Arruda, em Lisboa, cujo diretor era Calvet de Magalhães, seu amigo íntimo. O inconformismo com a referida degradação leva o autor a tudo fazer para melhorar a qualidade do ensino na Escola- Oficina de Cerâmica de Viana do Alentejo, estabelecendo um plano pedagógico que incluía o estudo plástico e artístico da região e promovendo exposições dos trabalhos dos alunos que viriam a arrecadar honrosas distinções. Tais distinções atrairiam a esta escola, nos confins do Alentejo, figuras de relevância intelectual como Júlio Réis Pereira, poeta e pintor, irmão de José Régio, António Charrua, artista plástico e o escritor Vergílio Ferreira. Um verdadeiro documento histórico, sociológico e cultural!...
No texto digital temos a obra completa:
Texto Digital ou Excertos:
1 Nos finais de setembro, princípios de outubro,estava sempre, ansiosamente, à espera do "envelope-pardo"do Ministério da Educação Nacional, para me apresentar ao serviço,como "professor provisório". Nesse dia, minha mulher, à janela, quando ao fim da tarde regressava a casa da sua mãe,acenou-me com o almejado subscrito,ainda eu vinha ao fim da rua. Já sabia, agora, que apenas tinha três dias para me apresentar. Outros problemas começavam nesse momento... (...) 2 Outrora, no tempo de Salazar, o professor provisório entrava ao serviço no dia um de Outubro, e só recebia o seu vencimento no fim de Dezembro, ou muitas vezes, em Janeiro, depois do Natal... Se acrescentarmos a isso que, para receber, tinha que apresentar uma série de papelada, sem a qual não me pagavam, por certo adivinharão as angústias porque tinha que passar um simples e modesto agente do Ensino Secundário. (...) 3 Antes de mim esteve lá o pintor Júlio Resende. Tinha regressado de Paris, com uma bolsa de estudo, concedida pelo Instituto de Alta Cultura, e, precisava de um ambiente isolado, puro...sossegado, para dar largas à sua imaginação criadora, assim como à expressão das suas "descobertas" de carácter artístico. Quanto a mim, os dois anos que Júlio Resende passou em Viana do Alentejo, foram aqueles em que a sua pintura maior relevância humanística conseguiu.Ele viveu e sentiu o ambiente da exploração, do homem pelo homem, que existia, então, no Alentejo,e, com cores negras, cinzas, castanhas e azuis, interpretou, como até aí ninguém o tinha feito, as fainas duras dos trabalhadores agrícolas da planície alentejana, sem folclores nem lirimos... (...) 7 Uma pessoa que chegue de comboio a Viana do Alentejo, fica espantado, porque excepto a Estação não encontra mais nada a não ser sol e terra. A referida Estação dista da Vila cerca de cinco quilómetros,e, tirando os armazéns e pequenos anexos, tudo em volta, é um enorme espaço, à semelhança daqueles cenários que nos aparecem nos filmes de cow-boys. Espera-nos um carro de mulas, coberto, e, à medida que vamos avançando, é que a pouco e pouco,surgem hortas, fazendas de olival, sobreiros, laranjeiras, romãzeiras e, até, vinhedos e meloais- surpreendentemente, há muita água. Assim é que, Viana do Alentejo, se parece com um pedaço de paisagem extraída do Alto-Minho, e, colocada, no centro de uma planície deserta, onde, numa pequena serra que a abraça, se encostam os telhados, queimados, das suas casas pintadas, carinhosamente, a cal, muito branca. (...)
Prefácio:
O trajecto sismográfico de Aníbal Alcino, como professor e artista, abre-nos para um espaço aberto e personalizado; restaura e salubriza a (nossa) experiência. A espessura do real, nos escritos do autor, engendra devido a um processo discreto de acumulação afectiva, o imaginário desejo de um "cume" ideal, enérgico e activo contra a "banalização" social. O professor, que é um homem de acção e não um teórico afastado dos problemas concretos, encontra então na escrita, essencial e acessível, o campo (talvez privilegiado) da sua participação sistemática, sempre recomposta em função das suas referências profissionais e de artista. Sobre o artista, convirá abrir um saudável parentesis, Flórido de Vasconcelos, um dos raros que justamente não o esqueceu, "gravou" o seu nome, na História da Arte em Portugal, ao lado de Fernando Lanhas, Júlio Pomar, Amândio Silva, Nadir Afonso e Júlio Resende, alguns dos elementos que integraram o grupo dos Independentes aparecido no Porto, em 1943, e que se manteve até 1950.< O observador atento da res-publica, que ressalta das crónicas e artigos publicados anos a fio na imprensa local e regional e do livro "Um professor do norte nos confins do Alentejo"(título original), exige do leitor uma "deslocação" entre o real e o imaginário, interligados por uma linha coloquial marcada e apelativa:" Ficou-me sempre a dúvida se eles, o Vasconcelos e o chefe da Secretaria, o Sr. Botelho, não me estariam a gozar, com aquele aparato e cerimonial todo, dentro do cubículo, tão isolado e longínquo, do Alentejo, onde só os três éramos os comparsas..." (págs. 16/17).
Badanas:
Contra Capa:
Capa: