Ó Mar, a tua Sereia
Jamais cala o seu cantar;
Entra na alma da gente,
Põe-na a rir, põe-na a chorar.
Nesta inquietação, viver...
É uma rifa da sorte;
Ora é saúde ou doença,
Ora é vida, ora é morte.
Quantos!...Quantos te levou,
Linda terra de Viana!
Essa tenaz feiticeira
Que, a cantar, bem nos engana.
E, então, longe da terra!
Houve fome e desconforto;
Feridas de muitos combates...
Perdidos num sonho morto.
...
Eis mais um aventureiro
De Viana do Castelo:
Pero de Campo Tourinho,
Senhor de teres e haveres
Prosperando em todo o Minho.
Maria da Conceição Campos: a vida pelos livros repartida
A respeitada escritora e mulher de cultura Maria da Conceição Campos comemorou na passada terça-feira, em Guimarães, os seus 20 anos de vida literária. A epígrafe dada ao evento, da própria autora, não podia ser mais adequada: " a vida pelos livros repartida". Nem mais. Dezenas de amigos e admiradores congregaram-se no Paço dos Duques de Bragança para festejar a poesia, a prosa, a música, a força de uma escritora que tem dedicado o seu tempo ao estudo, à escrita, ao cultivo do que de mais belo, vigoroso e fantástico exulta no campo da literatura.
Um acontecimento como este não faz, infelizmente, parangonas. Os jornais de referência não lhe dedicam uma singela linha. Os outros também não. A cultura continua a não suscitar o mais ligeiro interesse da comunicação social. Publicar livros, o que dá imensamente mais trabalho, não é o mesmo que dar dois chutos numa bola de futebol. Para a bola há três diários:_ a cultura não importa.