Depois de uma dedicatória do autor a sua mãe e ao barqueiro «Ti João Facão», de uma apresentação do vereador do pelouro da cultura da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Dr Carlos Baptista, e de um prólogo do autor, sucede-se uma homenagem ao rio Lima e a todos os que, de qualquer modo, dele faziam o seu modo de vida( carreteiros, barqueiros) ou dele eram, por vezes, vítimas das suas cheias.
Ao longo de uma primeira parte, constituída por oito capítulos, abordando vários temas-«Rio Lima»,«Veigas», «Os Barqueiros do Lima», «Barcos», «Portos fluviais, Porto de Mar e Passagens», «Feiras», «Transportes» e «Pesca»- o autor fornece informações bem detalhadas, de alguém que conhece bem o rio e as suas lides.
Numa segunda parte, intitulada «Histórias do Lima» e constituída por cinco capítulos, o autor relata pequenas histórias que têm o rio como cenário.
A obra termina com um agradecimento a todos os que, de qualquer modo, contribuíram para a sua realização.
RIO LIMA
Assim como todos as histórias começam com a inevitável frase «Era uma vez»... também qualquer referência ao rio Lima não dispensa a alusão ao célebre extasiar dos romanos que, quando cá chegaram, por aqui se retiveram, esquecidos dos lares pátrios.
Lenda ou história, certa ou duvidosa, a verdade, porém, é que a narrativa nos apresenta uma mensagem de beleza ímpar e de policromia harmoniosa que, essa, sim, é, quotidianamente, comprovada por indígenas e forasteiros.
(...)
Nasci, a quinhentos metros, do Lima.
Passei os melhores anos da minha vida, ora deambulando pelas margens do famoso rio, ora nadando e brincando na s suas águas.
Vi subir e descer as marés; admirei o belo - patético de multiplas e variadas cheias, que transbordavam do leito e alagavam as veigas. (...) No poço do Esteiro convivi com muitos barqueiros. Vi-os, de calças arregaçadas, carregar os barcos. Admirei-lhes o engenho na manobra da vela e no rodar do leme. Sensibilizei-me com a árdua e penosa vida que levavam, em dias de vento e chuva.