É, em nosso entender, um excelente guia pelos percursos dos afectos que “a magia das mãos” vai tecendo por todo o Alto-Minho.
Percorrê-lo é re-visitar as memórias dos artesãos: dos oleiros; dos pintores de cerâmica; dos funileiros; das muitas bordadeiras e das inúmeras tecelãs; das artistas de festa e dos seus lindos palmitos e ramos de noiva; dos pintores de azulejo; dos artesãos de cerâmica e dos de artefactos de metal como caravelas, potes e caldeirões.
São estórias da nossa gente. São percursos dos nossos afagos...
... que necessitam de ajustes ... e o autor sugere, caso a caso, o que julga mais pertinente.
O livro termina com a apresentação do Decreto-Lei 110/2002 de 16 de Abril, diploma que faz o enquadramento legal do Estatuto do Artesão e da Unidade Produtiva artesanal.
Produtos: trajes regionais, chinelas, bordados regionais
Artesão: Manuel João Gomes da Cunha
Ateliê: Rua de Stª Martinha, 4900-252 Stª Marta de Portuzelo
Contacto: 258830652
Classe de Artesanato: trajes regionais, chinelas e socas
Ficha Técnica:
1. Acessibilidades
1.1. Acesso - Bom
1.2. Visibilidade – Inexistente
2. Integração
2.1. Integração ambiental – Boa
2.2. Integração Edificada – independente
3. Caracterização
3.1. Enquadramento ambiental – Estrutura Urbana consolidada
3.2. Caracterização formal – Cércea constituída por um piso
3.3. Caracterização funcional – Espaço pouco diferenciado para o atendimento público
3.4. Caracterização construtiva – estrutura construtiva em betão; pavimento cerâmico; cobertura em telha cerâmica; caixilharia em alumínio.
4. Proposta de Intervenção – Implementação das Acções * Sinalética exterior de aproximação e localização do ateliê. * Demarcação de espaço de exposição / Atendimento do público * Criação de espaços complementares de apoio ao público * Requalificação construtiva com reforço da capacidade de isolamento e impermeabilização.
No passado, o artesanato era a única forma de produção existente, resultando em peças utilitárias e, ou, decorativas para o uso quotidiano das pessoas , desempenhando por isso um papel importante no desenvolvimento das comunidades.
Decorria dentro de uma oficina onde trabalhava o Mestre que era o organizador de todo o processo de trabalho; o Companheiro, que era o ajudante do mestre; e o aprendiz, o jovem que ia aprendendo a Arte que o Mestre ensinava.
O artesanato estava, pois, ligado, a uma actividade concreta de uma comunidade, a determinados usos e costumes, a formas de agir, sentir e pensar, a certas normas e valores, às próprias condições materiais de existência, a uma certa qualidade de vida. O Aparecimento nos espaços rurais da cultura urbana e da massificação diz-nos que a industrialização ganhou a “batalha” do consumo em relação ao Artesanato; não ganhou a “batalha” da criação artística pois essa será sempre a marca o Artista Artesão, a singularidade da obra que produz, caracterizando um povo, uma cultura e um modo de ser, uma região e um determinado tempo, sendo considerado Património Cultural.
Não chega, porém, valorizarmos as correntes de apoio às Artes e Ofícios Tradicionais, se não formos capazes de garantir que o artesanato tem futuro.
Esse passa pela demonstração da sua viabilidade económica, preservação da qualidade,l promoção da imagem e do estatuto social próprio do artesão que tem direito a viver com dignidade nas comunidades a que pertence.
Foi nessa esperança que nasce o Roteiro de Artesanato do Alto Minho (…) que teve como objectivo constituir uma rede de recolha e distribuição de artesanato, com garantia de qualidade, com comercialização directa nas 14 Delegações de Turismo da RTAM e Sede.(…)
Correspondemos assim à nossa proposta inicial quando dizíamos: Não chega, porém, valorizarmos as correntes de apoio às Artes e Ofícios Tradicionais, se não formos capazes de garantir que o artesanato tem futuro.
Memória de um passado que pretendemos seja presente, sobretudo, afecto que é paixão … ouro da terra. Sonho das mãos. Emoção e fé.
Francisco Sampaio