Compilação de dados, talvez úteis à história da terra, sobre pessoas, artistas e famílias.O primeiro volume contém trezentas páginas,distribuídas pelos capítulos:- Famílias- Artistas- Pessoas- Um de cada vez.
Pede-me o Padre Coutinho que escreva duas palavras introdutórias a este novo livro por ele oferecido à sua comunidade e aos eventuais leitores. Faço-o com muito gosto por variadíssimas e afectivas razões.(...)O Padre Coutinho já escreveu muitos livros. Todos bonitos, todos úteis, todos reveladores de uma veia investigatória, de um saber acumulado, de um espírito curioso e intuitivo que enxerga nas pequenas coisas, nas mais simples, interesses e potencialidades que a maioria dos mortais não consegue descobrir. E esses interesses descobertos são comunicados com uma escrita fácil , singela, despretenciosa, quase coloquial, que prende o leitor e faz dele um interlocutor familiar e cúmplice.Os livros podem ser avaliados por muitos parâmetros e entre eles estão: o interesse e valor da mensagem; os objectivos a atingir; o nível de linguagem e o seu calor humano criador de empatia com os leitores.E este livro - se não estou enganado - tem subjacente a grande mensagem de que uma paróquia é uma família, porque tem uma casa comum, que tem laços de sangue, de afinidades, de espiritualidade, de tarefas, de ideais, também comuns. Por isso, este livro pretende, embora não o pareça, fazer com que os membros dessa família se conheçam melhor uns aos outros; vibrem com o que acontece ou vai acontecendo a muitos dos seus membros; saibam quem são os que lhe fazem bem, quem são os que os prestigiam e honram e quais são as causas e valores que os devem orientar.O Padre Coutinho tem a sua pequena tribuna mediática no jornalzinho "Paróquia Nova", onde, ao longo dos anos, escreveu discretos e singelos apontamentos sobre realidades da paróquia: pessoas, famílias, factos, amigos e personalidades a ela ligados, os talentos artísticos de elementos da comunidade ou de vultos de prestígio que nela nasceram ou viveram.Cada um destes apontamentos, lidos de mês a mês, de forma descontínua, são coisas dispersas que parece não terem qualquer ligação. São como pequenas nuvens que o tempo leva e esvai.Ora o Padre Coutinho teve o faro de perceber que estes apontamentos fragmentários e dispersos ao longo dos anos, reunidos num livro, ganhavam uma consistência, uma coesão e uma força que cimentam a união da paróquia, que incutem a ideia de família, onde a morte, a doença, as alegrias, as tarefas, os objectivos, os sentimentos de amizade, colaboração e solidariedade, dizem respeito a todos.O livro estabelece assim um elo de união entre todos os elementos da comunidade e fá-los componentes de um todo do qual não podem dissociar-se. Mesmo os estranhos à paróquia sentem essa força e lá encontram humanos motivos de interesse de que podem colher-se exemplos e ensinamentos. Eu próprio me reencontrei no livro com vultos e personalidades a quem me uniram ou unem laços de amizade e de admiração.Mas se a mensagem é forte, embora subliminar, o objectivo da obra é nobre, porque os proventos da sua venda se destinam a amenizar os custos das muitas obras sociais do Padre Coutinho, especialmente,o novo complexo do Centro Paroquial e Social. (...)Quanto à linguagem, reitero que é cativante pela simplicidade, correnteza, clareza e coloquialidade, qualidades que se evidenciam mais nas duas primeiras partes, já que a terceia, no capítulo sobre famílias, dada a natureza labiríntica dos parentescos e das linhas geneolóicas, exige mais um pouco de concentração no desenredar do novelo.Só me resta felicitar o Padre Coutinho por ter sabido reunir fragmentos do seu trabalho de anos e retalhos de muitas vidas para construir mais instumento de apostolado e um meio de lançar mais uma pedra nos caboucos da grande obra sonhada e ansiada pela paróquia. Euclides Rios