Adelaide GRAÇA  
       
 

1. Solidão Sinto que um dia morrerei na solidão feita com o cada dia da minha existência. E se a solidão for tão grande como intensa é a minha vida por certo sucumbirei rápido porque o meu amor não se chama solidão. (Limites da razão) 2. Sabes, amigo, o tempo corre no seu ritmo natural. Sem pressas. Nós é que temos pressa de correr pelo tempo e passamos o tempo a jogar o esconde-esconde entre as desculpas e as hipóteses dos vários “talvez!”… Deixo-te este desabafo, feito num momento em que escrever seria a continuidade do tempo, no resto da tarde… Deixo-te, ainda, um beijo terno. (Quando tudo parece parar) 3. Melodia da tarde E morrem as ondas na areia fina a borbulhar. e os rios cansados, cantam a melodia da tarde. Escutando os sons escondidos como mãos submersas na roupa que nos cobre. eu daqui e tu do outro lado. Nem sempre as palavras ficam bem na quietude do momento basta deixar fruir a musicalidade dos sentidos. E as ondas morrem na areia fina a borbulhar. (No vão da ausência) 4. Poema secreto Secreto poema este que se solta da voz funda das palavras E o gesto proibido agita-se no rasgado sentido das coisas Sempre achei que as coisas têm a voz funda dos sentidos As palavras movem-se nos contornos do apetecível. (Sem chaves nem Segredos)

 
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